Capítulo 01
Pensando bem, pra Do-hwa, Min-jun era só um júnior que ele queria tratar bem, tipo comprar comida pra ele.
Este ano, Do-hwa tá no terceiro ano de Administração na Universidade da Coreia e desde o primeiro ano participava de um grupo chamado ‘Esperança Eterna’, ou simplesmente ‘Yeong-hee’, que faz trabalho voluntário.
Eles iam a lugares como centros de assistência a deficientes, orfanatos e casas de idosos pra ajudar.
O Yeong-hee não era um grupo que atraía muita atenção, então não tinha nem muitos, nem poucos interessados em se juntar.
Mas tudo mudou quando uma pessoa famosa decidiu entrar. Esse foi Min-jun, que se transferiu pra segundo ano este ano.
Com 22 anos, ele era um beta, mas mesmo assim todo o campus tava agitado por causa dele.
Neste mundo, as pessoas se dividem em dois gêneros: alfas e omegas (os primeiros gêneros) e betas (o segundo gênero), que são homens e mulheres.
Os alfas e omegas dominam a sociedade, enquanto os betas vivem uma vida mais comum. Só que o Min-jun não parecia nada comum pra ser um beta.
Ele tinha mais de 1,90 m de altura e ombros largos. O corpo dele era musculoso mas bem equilibrado, então qualquer roupa ficava boa nele. Além disso, ele tinha traços ocidentais super marcantes e seu jeito era muito gentil; nem usava palavrão.
Na Universidade da Coreia tem bastante alfa em comparação com outras universidades, mas ficar perto do Min-jun fazia eles parecerem uns pé rapados.
Ele sempre tirava notas altas e era o primeiro da classe, até chegou a ser candidato a representante do curso por causa da fama dele.
Mas o Min-jun recusou porque queria focar nos estudos.
Além disso, nas festas ele mal bebia e só ia pro primeiro rolê ou às vezes nem isso. Isso deixou alguns alunos meio frustrados com a distância que ele mantinha.
O mais curioso é que ele quase nunca falava sobre si mesmo; tudo sobre a família dele e onde morava era um mistério. Ele se vestia como os outros estudantes, mas tinha uma elegância única que chamava atenção.
Essa aura misteriosa junto com a aparência incrível fez dele o centro das atenções, fosse por amor ou ódio.
Por isso, as matérias que o Min-jun escolhia eram logo disputadas por omegas e betas femininas, e as salas estavam lotadas até não dar mais.
Quando o Min-jun entrou no grupo de voluntariado Yeong-hee, causou um verdadeiro furacão. Vários alunos começaram a se inscrever no grupo só pra ficar perto dele.
No começo aceitaram todo mundo, mas depois teve tanta gente que precisaram cortar alguns.
O grupo que antes tinha umas 20 pessoas cresceu pra quase 100 por causa do Min-jun!
O presidente do grupo ficou tão surpreso que teve que escolher mais membros da diretoria. Do-hwa também foi indicada pra diretora por ser uma veterana no grupo, mas como ela era tímida e não gostava de se expor muito, acabou recusando.
Com tanta gente nova no grupo, as atividades ficaram super animadas e eles formaram equipes pra fazer várias ações sociais toda semana.
Sempre tinha uma multidão ao redor do Min-jun quando eles iam trabalhar juntos; não importava se eram membros do grupo ou funcionários dos lugares onde ajudavam.
Do-hwa também era beta, mas parecia que pertencia a outro mundo quando estava perto dele.
Um mês depois do Min-jun ter entrado no grupo, Do-hwa teve sua primeira experiência junto com ele em um orfanato. Na verdade, ele sempre fazia tudo sozinho lá porque as crianças o adoravam e ele sabia lidar com elas muito bem.
Mas naquele dia foi diferente; graças ao Min-jun não ficou sozinho na labuta. Ele sempre foi gentil e as crianças também perceberam isso; além da beleza dele ter encantado todo mundo.
Os outros membros do grupo começaram a comentar que quando o Min-jun casar um dia, vai ser um pai maravilhoso e ficavam se perguntando o que ele não conseguiria fazer bem.
Depois de terminar as atividades lá no orfanato, todos planejavam fazer uma confraternização juntos, mas as crianças seguraram tanto o Min-jun e a Do-hwa que decidiram se juntar depois.
Só que acabaram demorando mais do que esperavam e a confraternização logo terminou antes deles chegarem juntos. Assim Do-hwa ficou sozinho com o famoso pela primeira vez; achou meio estranho e ficou nervoso mas tentou disfarçar.
“Hoje você realmente trabalhou duro! Deve ter sido cansativo, né?”
“Não! Eu me diverti muito! As crianças eram adoráveis! Você não tá com fome?”
“Ah, tô com fome. Tem algum lugar legal por aqui?”
A Do-hwa olhou ao redor com os olhos grandes. Justo na frente dele, apareceu um restaurante de sopa de arroz.
“Min-jun, aqui é bom?”
Era um lugar que recomendaria sem pensar duas vezes para os outros colegas, mas com o Min-jun, parecia estranho e difícil. Ele tinha uma imagem que combinava mais com um restaurante chique.
“Tá bom.”
Min-jun respondeu com um sorriso nos olhos. Segundo os colegas, o Min-jun sempre tinha uma aparência fria e afiada, mas quando sorria, parecia que a primavera tinha chegado.
Essa dualidade era realmente atrativa.
Do-hwa sentiu seu coração acelerar e ficou vermelho, mas tentou não deixar transparecer.
Entraram no restaurante e começaram a comer.
O Min-jun comeu muito mais do que esperava. Antes mesmo da Do-hwa terminar metade do prato, ele já tinha devorado uma tigela e pediu outra de sopa de arroz, além de pedir sundae (um tipo de salsicha coreana).
Do-hwa ficou aliviado e feliz ao ver que ele gostava da sopa de arroz, então começou a insistir para ele comer mais.
Quando já estavam cheios, o funcionário trouxe uma garrafa de soju e dois copos.
“Hoje é o primeiro aniversário do nosso restaurante. É um brinde!”
Era um soju com sabor de pêssego, não o comum. O Min-jun colocou o copo na frente da Do-hwa e encheu. Ele pegou a garrafa para retribuir, mas hesitou.
“Você não bebe álcool, né?”
“Não é que eu não beba, é que nunca fiz isso antes. Hoje quero tomar uma!”
Min-jun segurou o copo de soju com delicadeza. Do-hwa achou que ele ia recusar e ficou sem jeito ao despejar soju no copo dele.
Era meio constrangedor beber assim, então brindaram em silêncio antes de engolir o álcool.
Para alguém que adora pêssego como Do-hwa, o soju era muito doce e gostoso, muito além do que imaginava. Assim, foi tomando um copo atrás do outro.
O Min-jun também mostrou que não era só porque não bebia antes; ele estava se divertindo e bebendo bem.
Quando começou a sentir um leve efeito do álcool, Min-jun olhou para o Do-hwa e sorriu.
“Os meninos estavam te chamando de ‘irmão coelho’ mais cedo.”
“Haha… Já ouvi isso algumas vezes.”
Desde pequeno, ouvia que se parecia com um coelho. Teve uma época em que não gostou disso e até mudou o cabelo e começou a se exercitar, mas no fim das contas nada funcionou como queria.
Agora já aceitava as comparações; afinal, ser chamado de coelho também era meio fofo.
“Se eu pudesse ter um animal de estimação, escolheria um coelho. Eu cuidaria muito bem dele.”
Hã? Por que o Min-jun estava falando isso do nada? O olhar dele era meio enigmático. Mas como não queria deixar o clima estranho, apenas respondeu positivamente.
No final das contas, pediram mais soju e quando já tinham tomado umas três garrafas, a Do-hwa estava completamente tonto. Mas o Min-jun havia bebido até mais que ele e ainda estava tranquilo como se nada tivesse acontecido.
Era mais uma prova de que ele realmente não tinha problemas com álcool.
A Do-hwa sentiu o mundo girando e então bateu a cabeça na mesa antes de perder os sentidos.
Quando abriu os olhos novamente, viu um teto desconhecido. Assustado, olhou ao redor. Estava deitada em uma cama grande vestindo roupas largas. Sentia um perfume agradável tanto na cabeça quanto no corpo. O mais surpreendente era que o Min-jun estava deitado ao seu lado.
“Ah!”
Soltou um gemido involuntário.
Ele estava completamente nu e seus músculos estavam à mostra. Ela achou que ele ficaria ainda melhor vestido por causa da sua presença marcante, mas agora sentia um aroma adulto e sexual muito forte vindo dele.
Constrangido por continuar olhando para ele, Do-hwa virou a cabeça para o lado. Por que ele estava pelado assim…? Pelo menos poderia usar uma cueca…
A cama era bem grande; mesmo com dois homens adultos deitados ali ainda havia espaço suficiente. Não havia necessidade de estarem tão grudados assim. Quando a Do-hwa tentou se levantar rapidamente, Min-jun abriu os olhos.
“Você acordou?”
Mesmo dormindo, sua beleza era impressionante. Embora fosse dia lá fora com sol brilhando pela janela, parecia que toda luz estava concentrada ali.
“Sim! Min-jun, onde estamos?”
“Aqui é onde eu moro.”
Era muito maior e luxuoso do que qualquer lugar onde um universitário normalmente moraria! Os móveis pretos e brancos tinham uma combinação moderna e sofisticada.
“Eu não consegui achar sua casa ontem à noite pra te levar pra casa então acabei trazendo você pra cá. E você estava suando muito então lavei suas roupas.”
“Isso significa que ele lavou minhas roupas?”
Do-hwa ficou envergonhada por estar nu e encolheu os ombros.
“Ah… obrigado… né?”
Enquanto falava, Do-hwa tocou os lábios, sentindo uma estranheza que já tinha percebido antes. Eles estavam meio inchados, e ela não tinha nenhuma alergia especial.
Por que isso estava acontecendo? Ela deu uma checada nos próprios lábios, meio que se sentindo como um peixinho fora d’água.
E ainda tinha a preocupação com o olhar do Min-jun. Mas perguntar se os lábios estavam estranhos era muito vergonhoso. Então, decidiu que precisava conferir como estava.
“Ah, vou ali no banheiro rapidinho.”
‘Sim, é só entrar pela porta de vidro ali.”
“Uhum…”
Do-hwa se levantou da cama. O chão estava todo coberto por um carpete branco e era gostoso de andar. Enquanto isso, notou algumas decorações que não tinha visto da cama.
Não importava quanto olhasse, aquele lugar parecia luxuoso demais para um estudante universitário morando sozinho.
Não era só uma sensação de que eles tinham uma vida boa; era exagerado. Tinha até rumores de que o Min-jun era filho de um chaebol (magnata), e agora parecia que era verdade.
Quando entrou no banheiro e olhou no espelho, quase ficou sem ar.
Os lábios estavam mais inchados do que imaginou, e o pescoço estava todo vermelho, como se flores estivessem brotando por ali. Ela tocou o pescoço com a mão, confuso.
“O que tinha na sopa de arroz que comeu ontem?”
Do-hwa apenas supôs enquanto lavava o rosto.